Python e Virtualenv no Mac OS X Mountain Lion 10.8
Este artigo é uma tradução livre de Python and Virtualenv on Mac OS X Mountain Lion 10.8, do Justin Mayer, disponível em http://hackercodex.com/guide/python-virtualenv-on-mac-osx-mountain-lion-10.8/.
A instalação do Python e do Virtualenv no Mac OS X 10.8 Mountain Lion pode ser feita de muitas formas. Embora não exista uma configuração perfeita, esse tutorial te guiará no processo de configuração de uma instalação padrão do Mountain Lion num ótimo sistema para desenvolvimento Python.
Primeiros passos
Esse guia pressupõe que você já tenha instalado o Xcode e o Homebrew. Para detalhes, siga os passos do Mountain Lion Configuration Guide.
Python
Vamos instalar a última versão 2.7.x do Python pelo Homebrew. Para que fazer isso, você pode perguntar, quando a Apple já inclui o Python no Mountain Lion? Aqui temos algumas razões:
O Homebrew sempre fornece a versão mais recente (hoje 2.7.4). A versão embutida no OS X está parada no 2.7.2.
A Apple fez mudanças significativas no Python embutido, o que pode resultar em bugs escondidos.
O Python do Homebrew inclui as últimas ferramentas para gerenciamento de pacotes: o pip e o Distribute.
Seguindo pelo mesmo caminho, a versão do OpenSSL (no Mountain Lion, a 0.9.8) é de fevereiro de 2011, por isso estamos dizendo ao Homebrew para baixar o OpenSSL mais recente e compilar o Python com ele.
Use o comando a seguir para instalar o Python via Homebrew:
$ brew install python --with-brewed-openssl
Você já deve ter alterado seu PATH como mencionado no artigo acima, certo? Caso contrário, faça isso agora.
Também podemos instalar o Python 3.x junto com o Python 2.x:
$ brew install python3 --with-brewed-openssl
... o que facilita para testar seu código tanto no Python 2.x quanto no Python 3.x.
Pip
Digamos que você quer instalar um pacote Python, como a fantástica ferramenta para isolamento de ambientes virtualenv. Quase todo artigo para Mac OS X relacionado ao Python diz para o leitor instalá-lo assim:
$ sudo easy_install virtualenv
Aqui estão os motivos porque eu não faço dessa forma:
instalação com permissão root
instalação é feita na sistema em /Library
instalação é feita pelo obsoleto easy_install em vez de usar as ferramentas mais modernas como o pip ou o Distribute
o uso das ferramentas fornecidas pelo Homebrew leva a um ambiente mais confiável
Como você deve ter percebido, estamos usando as ferramentas fornecidas pelo Homebrew para instalar os pacotes que você quiser que estão disponíveis globalmente. Quando fizer instalações usando o pip do Python do Homebrew, os pacotes serão postos em /usr/local/lib/python2.7/site-packages
, com os binários sendo colocados em /usr/local/share/python
.
Controle de versão (opcional)
A primeira coisa que eu instalo pelo pip é o Mercurial. Uma vez que eu tenho repositórios Mercurial para fazer push tanto para o Bitbucket quanto para o Github, eu instalo o Mercurial e o hg-git em todos meus sistemas:
$ pip install Mercurial hg-git
Pelo menos, você terá que adicionar umas poucas linhas no seu arquivo .hgrc para utilizar o Mercurial:
$ vim ~/.hgrc
As linhas a seguir devem te permitir começar; apenas garanta que tenha alterado os valores para seu nome e endereço e-mail respectivamente.
[ui]
username = YOUR NAME <[email protected]>
Para testar se o Mercurial foi configurado e está pronto para ser usado, execute o comando a seguir:
$ hg debuginstall
Se a última linha da saída for "No problem detected", então o Mercurial foi instalado e configurado adequadamente.
Virtualenv
Os pacotes Python instalados pelos passos acima são globais no sentido que eles ficam disponíveis em todos os seus projetos. Isso pode ser conveniente algumas vezes, mas também pode criar problemas. Por exemplo, as vezes um projeto precisa da última versão do Django, enquanto outro precisa do Django 1.3 para manter a compatibilidade com uma extensão crítica de terceiros. Esse é um dos muitos casos de uso que o virtualenv foi criado para solucionar. Nos meus sistemas, apenas um punhado de pacotes Python de uso geral (como o Mercurial e o próprio virtualenv) ficam disponíveis globalmente - qualquer outro pacote fica confinado em um ambiente virtual.
Com essa explicação, vamos instalar o virtualenv:
$ pip install virtualenv
Crie alguns diretórios para armazenar seus projetos e os ambientes virtuais, respectivamente:
$ mkdir -p ~/Projects ~/Virtualenvs
Depois vamos abrir o arquivo ~/.bashrc...
$ vim ~/.bashrc
... e adicionar algumas linhas nele:
# virtualenv should use Distribute instead of legacy setuptools
export VIRTUALENV_DISTRIBUTE=true
# Centralized location for new virtual environments
export PIP_VIRTUALENV_BASE=$HOME/Virtualenvs
# pip should only run if there is a virtualenv currently activated
export PIP_REQUIRE_VIRTUALENV=true
# cache pip-installed packages to avoid re-downloading
export PIP_DOWNLOAD_CACHE=$HOME/.pip/cache
Vamos recarregar nosso ambiente bash:
$ . ~/.bash_profile
Agora nós temos o virtualenv instalado e pronto para criar novos ambientes virtuais, que serão armazenados em ~/Virtualenvs
. Novos ambientes virtuais podem ser criados assim:
$ cd ~/Virtualenvs
$ virtualenv foobar
Se você tiver tanto o Python 2.x quanto o 3.x e quiser criar um virtualenv do Python 3.x:
$ virtualenv -p python3 foobar-py3
... o que facilita a troca entre os ambientes foobar do Python 2.x com o do Python 3.x.
Restringindo o pip aos ambientes virtuais
O que acontece se pensarmos que estamos trabalhando em uma ambiente virtual ativo, mas na verdade não existir nenhum ambiente virtual ativo e instalarmos algo via pip install foobar
? Bem, nesse caso o pacote foobar é instalado no nosso site-packages global, estragando o propósito do isolamento do nosso ambiente virtual.
Na tentativa de evitar instalar por engano via pip um pacote específico de um projeto no meu site-packages global, anteriormente eu usava o easy_install
para pacotes globais e o pip embutido no virtualenv para instalar pacotes dentro dos ambientes virtuais. Isso atingia o objetivo do isolamento, uma vez que o pip estava disponível apenas dentro dos ambientes virtuais, tornando impossível para mim rodar pip install foobar
por engano no meu site-packages global. No entanto, o easy_install
tem algumas deficiências, como a impossibilidade de desinstalar um pacote, e me vi querendo usar o pip tanto para pacotes globais quanto nos virtualenvs.
Felizmente, o pip tem um configuração com documentação escassa que diz para ele falhar se não existir uma ambiente virtual ativo, que é exatamente o que eu quero. Na verdade, nós já fizemos essa configuração acima, pela diretiva PIP_REQUIRE_VIRTUALENV=true
. Por exemplo, vamos ver o que acontece quando tentamos instalar um pacote quando não temos um ambiente virtual ativo:
$ pip install markdown
Could not find an activated virtualenv (required).
Perfeito! Mas, agora que essa opção está definida, como instalamos ou configuramos um pacote global? Nós podemos temporariamente desligar essa restrição adicionando o seguinte no seu ~/.bashrc
:
syspip(){
PIP_REQUIRE_VIRTUALENV="" pip "$@"
}
Se no futuro quisermos atualizar nossos pacotes globais, a função acima nos permite isso dessa forma:
$ syspip install --upgrade pip distribute virtualenv
É claro que você podia fazer o mesmo usando PIP_REQUIRE_VIRTUALENV="" pip install --upgrade foobar
, mas isso é muito mais chato de digitar.
Criando ambientes virtuais
Vamos criar um ambiente virtual para o Pelican, um gerador de site estáticos baseado em Python:
$ cd ~/Virtualenvs
$ virtualenv pelican
Mude para o novo ambiente e ative-o assim:
$ cd pelican
$ . bin/activate
Para instalar o Pelican no ambiente virtual, vamos usar o pip:
$ pip install pelican markdown
Para mais informações sobre ambientes virtuais, leia a documentação do virtualenv.
Dotfiles
Estes são obviamente apenas os passos básicos para se ter configurado um ambiente de desenvolvimento Python. Se tiver achado este artigo útil, você pode dar uma olhada no projeto Dotfiles do Justin Mayer no Bitbucket ou no Github, que ele recentemente começou a reconstruir do zero. Ele ainda está no começo do processo de ir adicionando seletivamente um pedaço de cada vez, e logo deve aumentar isso.
É isso aí pessoal, até mais!
Este artigo foi publicado originalmente em RogerioPradoJ.com.